04 dezembro 2006

Ô Vida de Gado

Que tempos são esses, minha gente?! Nunca trabalhei tanto. Não dá nem para roer as unhas... Pauleira o findi inteirinho. Acho que envelheci uns 10 anos nos últimos 6 meses. Quero aposentadoria! Deus que me perdoe. Agradeço pelos meus trabalhos, mas gostaria muito de ter férias... nem que fosse de 1/2 dia para fazer as unhas!

Admirável Gado Novo

Vocês que fazem parte dessa massa que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar e dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem à margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem já sente a ferrugem lhe comer
Ê, ô ô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz
Lá fora faz um tempo confortável, a vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia, os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada a única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada e passam a contar o que sobrou
Ê, ô ô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz
O povo foge da ignorância apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos, contemplam essa vida numa cela
Esperam nova possibilidade de verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível, não voam nem se pode flutuar
Zé Ramalho